Itatiba define novas propostas na 3ª Conferência Municipal da Cidade
Participantes debateram sugestões de mobilidade, planejamento, meio ambiente e diretrizes

Quatro grandes eixos de políticas públicas foram debatidos para as propostas da Cidade, compilados ao fim da Conferência, que se desenvolveu em grupos de trabalho (Paulo Akio/PMI)
A Prefeitura de Itatiba promoveu na tarde de sexta-feira (13/06) a 3ª Conferência Municipal da Cidade, evento para a construção da chamada política nacional de desenvolvimento urbano. Foi no Auditório do Centro Administrativo Prefeito Ettore Consoline, sede da Prefeitura.
Os participantes, representantes do Poder Público e da sociedade, debateram sobre Mobilidade Urbana, Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Participação Democrática nas Diretrizes Municipais até se chegar a nove propostas temáticas - confira abaixo.
As propostas definidas em âmbito municipal serão apresentadas nas conferências estadual e nacional das Cidades. O objetivo é abrir caminhos para uma cidade mais inclusiva, democrática, sustentável e com justiça social.
Agora estão sendo definidos os delegados que representarão Itatiba na etapa estadual. A 7ª Conferência Estadual das Cidades do Estado de São Paulo será realizada nos dias 27 e 28/06.
Propostas
Planejamento Urbano
1. Regulamentação do Fundo Municipal de Habitação para beneficiar empreendimentos de moradia popular à população de baixa renda (faixa 1), incluindo empreendimentos em áreas próximas ao centro comercial do município.
2. Criar comissão técnica pública e gratuita, formada por engenheiros e arquitetos, destinada à aprovação e regularização de projetos arquitetônicos com até 100m² para a população de baixa renda (rendimento de até três salários mínimos), incluindo isenção de taxas e impostos relacionados ao processo.
3. Estabelecer novas diretrizes para a regulamentação de novos empreendimentos no município de Itatiba, considerando suas características topográficas específicas, incorporando soluções baseadas na natureza (SBN), com ênfase à arborização e drenagem sustentável, aproveitando os recursos ambientais existentes de forma integrada e responsável. Para garantir a efetividade dessas diretrizes, propõe-se a instituição de uma comissão autônoma responsável pela análise técnica dos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV), assegurando que os projetos estejam alinhados às exigências ambientais, urbanísticas e sociais do município.
(Paulo Akio/PMI)
Participação da população na tomada de decisões
1. Fortalecer os Conselhos Municipais garantindo o fácil acesso da população à Casa dos Conselhos, promovendo a participação efetiva da sociedade, o encaminhamento de demandas e sugestões e o acompanhamento das ações em andamento; assegurar que os presidentes dos Conselhos Municipais sejam preferencialmente membros da sociedade civil e não servidores públicos; divulgar e fortalecer os conselhos para que recebam as demandas da sociedade e as encaminhem de forma eficaz ao Poder Executivo; promover a integração dos Conselhos Municipais com as associações de bairro; divulgar amplamente as ações dos conselhos, dando visibilidade em canais como o site da prefeitura, redes sociais (incluindo agendas de reuniões), reuniões mensais dos Cras e por meio de encontros itinerantes pelos bairros da cidade; divulgar os resultados alcançados pelos conselhos, incentivar a integração entre os diversos conselhos municipais e ampliar sua atuação com a criação do Conselho Jovem voltado para estudantes do ensino médio.
2. Criação do Conselho Jovem, tendo como público-alvo jovens entre 14 e 18 anos, com inserção nas escolas de ensino médio por meio de atividades em período complementar, focadas na formação cidadã e na conscientização sobre políticas públicas e o papel dos jovens na democracia; incentivar a atuação conjunta dos Conselhos Municipais com o Conselho Jovem, promovendo integração e fortalecimento, além de estabelecer metas e objetivos claros para orientar e cobrar sua atuação.
(Paulo Akio/PMI)
Mobilidade Urbana
1. Valorização da acessibilidade, do transporte coletivo, de veículos não motorizados e mobilidade a pé, por meio da revisão do Código de Obras quanto à obrigatoriedade dos quesitos de acessibilidade; da criação de um plano cicloviário; da elaboração de um plano de calçadas que contemple a arborização urbana, drenagem de águas pluviais, acessibilidade e equipamentos públicos; da implementação de um plano de redução do uso de transporte individual com valorização do transporte coletivo, incluindo corredores exclusivos, uso de ônibus com energia limpa e veículos adaptados; da criação de bolsões de estacionamento público para incentivar o trânsito de pedestres; e do desenvolvimento de um desenho urbano (ruas e calçadas) fluído e seguro.
2. Promoção da mobilidade inteligente através do incentivo do conceito de cidade de 15 minutos por meio da realização de um diagnóstico de Origem-Destino, buscando soluções que priorizem o pedestre e o transporte público, sem restringir a mobilidade urbana, mas oferecendo alternativas que reduzam o tempo de deslocamento; criar uma central de dados utilizando aplicativos, totens ou tecnologias similares, com informações em tempo real apresentadas de forma clara e acessível aos munícipes, promovendo a integração de diversos sistemas como transporte coletivo, estacionamento rotativo, táxi, transporte por aplicativo, pontos de locação de bicicletas e patinetes, trânsito em tempo real e aquisição de tickets de estacionamento rotativo; e formar um Conselho Municipal de Acessibilidade e Mobilidade Urbana com representantes de bairros, diferentes faixas etárias (como jovens e idosos), pessoas com deficiência, com o objetivo de acompanhar políticas públicas e planejar prioridades para a mobilidade urbana da cidade.
(Paulo Akio/PMI)
Meio Ambiente
1. Resíduos: revisão e readequação do zoneamento de áreas verdes no entorno dos rios e córregos municipais que abrigam indústrias e atividades potencialmente poluidoras com o fortalecimento dos Comitês de Bacias para avançar na proteção dos Recursos Hídricos. Incentivo ao uso de tecnologias atualizadas para o tratamento de Resíduos de forma a gerar energia. Mais ações de Educação Ambiental para a população fazer a separação correta em casa. Fortalecimento das Cooperativas de catadores, profissionalizando-os para desempenharem cada vez melhor a sua prestação de serviços de triagem. Regulamentação própria municipal do descarte de Resíduos Sólidos de Construção Civil.
2. Arborização: regulamentação estadual e municipal para as leis federais sobre soluções baseadas na natureza desde a concepção dos projetos de construção de casas, indústrias, comércios, espaços públicos e suas infraestruturas. Assim como, os reparos que venham a ser feitos em estruturas antigas também tenham um projeto de harmonização com a natureza local. Arborização regulamentada por meio de legislação que promova o plantio e manutenção de árvores nas ruas, calçadas, canteiros e criação de espaços de conectividade. Utilização de espaços naturais arborizados para o turismo ecológico e cultural.